Já não é qualquer mulher que me faz virar o pescoço. Sabe, aquela olhadinha? Todo homem faz isso, seu pai faz também, ou fez, pelo menos. Quando se é garoto, basta a mulher não ser um dragão que o cara vira o poescoço para olhar a bunda. É, a bunda. Não viramos o pescoço para apreciar a sedosidade do cabelo, a curva da nuca ou a simetria dos ombros. Olha-se a bunda. E quando se é guri, mesmo que a mulher seja feia, sempre há a esperança de que a bunda compense.
Mas vamos lá: quando Patrícia passou por mim, a caminho de seu lugar na poltrona 18 D, eu vi os rostos dos caras à minha frente virando. Patrícia era alta, de pele clara e cabelos escuros e cacheados. Realmente chamava atença. A boca tinha uma forma que lembrava um coraçãozinho, uma coisa meio de desenho japonês, meio mangá. O nariz era redondinho e delicado, separando simétrica e perfeitamente dois olhos castanhos muito expressivos. Já disse que ela era alta? Bem, era um mulherão.
Vinha pro seu lugar causando torcidas de pescoço. E eu olhei também. Não me contive e olhei. Mas não precisei virar o pescoço. Olhei direto no rosto, nos olhos. Como se, de tudo aquilo que era Patrícia, só me interessasse pelos olhos. E ela olhou de volta, do mesmo jeito. Quando passou pela fila 10, onde eu me sentava, virou o pescoço. E eu virei também, prolongando a encarada. Não lembro quem desviou os olhos primeiro. Eu diria que foi ela. Mas acho que vale perguntar para ela também.
Depois do tempo em São Paulo é bom, com temperatura em torno dos 24 graus, as saídas estão localizadas sobre as asas e nas partes traseira e dianteira da aeronave, ladies and gentleman turn off your cell phones e todos os etecéteras que acompanham o ritual de vôo, dei mais uma olhada para trás. Ela me procurou com os olhos e nos encontramos por segundos, até sermos interrompidos pela aeromoço, lembrando que Patrícia teria que afivelar o cinto.
Não deu um minuto com os sinais de apertar os cintos apagados e levantei. Disposto a conversar com ela, saber seu nome, que como vocês já sabem, eu descobri. Ao me aproximar da fila 18, ela sorriu e fez sinal apontando para trás, para o fundo do avião. Passei direto e ela levantou logo atrás. Me seguiu por todo o corredor, conseguia sentir seus passos, um metro atrás.
Não entendi nada quando ela me empurrou para dentro do banheiro e me beijou, sentando com as pernas abertas e de frente para mim, me obrigando a sentar na privada. Fiquei ainda mais atônito quando o beijo se prolongou para o pescoço e a mão embrenhou-se por dentro da camisa. Acho que o resto não vale a pena descrever. É gráfico demais e pode ter crianças lendo. Mas dá pra dizer o seguinte: seu nome era Patrícia e hoje deita ao meu lado todas as noites.
7 comentários:
Fazia tempo que não lia um conto teu... espero pelo próximo, sugestão de título: sunday sunny day :P
Não entendi uma coisa: aqui à direita você diz "... o autor das bobagens é (...) casado com Luciana (...)" e, acima, "... seu nome era Patrícia e hoje deita ao meu lado todas as noites".
Numa boa? A Luciana não liga?
Cara, você dorme com duas mulheres todos os dias?
Quem casaria com uma mulher que faz isso???
Valeu a pena o dinheiro investido? Na viagem é claro. hehehe.
Esqueci de um detalhe.
Já peguei piores.
HAhahaahaHahaha
Pô, galera, é um conto!!!! E quem conhece a Lu, sabe que a descrição da ficcional Patrícia bate quase que 100% com ela.
Não arranjem sarna que já tenho razões suficientes para me coçar, hehehehe.
É o que dá passar tanto tempo sem postar um conto sequer no blog.
Vamos ver se NYC me inspira mais.
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