1 de outubro de 2006

Declarando o voto

Acabei de teclar o 12 na urna eletrônica. Um pouco por desprezo à falta de idéias e ao arremedo de plano de governo que o principal candidato de oposição lançou à míseros 11 dias do pleito. Um pouco pelas alianças condenáveis desse mesmo candidato com coronéis atrasados politicamente e responsáveis pelo mesmo atraso desse nosso belo país. Por outro lado, teclei 12 um pouco também pela ojeriza à lambança administrativa do atual governo, pela incompetência em somar 4,5% mais 4,5% e pelo discurso vazio e despreparado do atual presidente.

Um, depois dois e firmei minha posição. Não por achar que as idéias ditas neo-liberais, a privatização e a responsabilidade fiscal foram erros dos oito anos de FHC no poder, nem por acreditar que o período lulista tenha sido tão pior. Não. Nem um nem outro. Dadas as condições de temperatura e pressão, suas alianças necessárias para governar, sua própria capacidade em enxergar além do próprio umbigo, eles não se saíram tão mal.

Não foi só por isso que digitei 12 agora há pouco, nessa tarde chuvosa na capital catarinense. Foi porque o monotema de Cristovam Buarque seria meu primeiro passo para tentar arrumar essa nação, caso fosse presidente. Não concordo com todas as idéias que o candidato do PDT tem para a área - acho-o por demais estatista -, mas ainda assim, acredito que educar é o único caminho. Outro dia conto sobre minhas idéias para essa área. Hoje não é dia de colocar opiniões valiosas ao sol: está chovendo.

Independente de quem ganhar, espero que ouça os conselhos do professor Buarque. E que os 3% ou 4% que ele alcançará sirvam para mandar um sinal ao vencedor: há gente no Brasil preocupada com educação.

[Ouvindo: California Sun - Ramones - Hey! Ho! Let's Go - Anthology (Disc 1)]