16 de dezembro de 2010

Back in business

Alarme falso a quebra da cruzeta do Gostosa. Ontem estive na marina com o meu cunhado velejador, Luiz Antônio, e resolvemos o problema do barco. O garlindéu – acho que esse é o nome, embora eu conheça mais o termo referindo-se à peça que une a retranca ao mastro – que segura a cruzeta no mastro, teve seus rebites de alumínio estourados. Não sei se foi por conta da pressão ou se por fadiga mesmo. Deviam estar ali há anos. O que fiz foi me dependurar no mastro, com a ajuda do Tonho, e trocar os rebites velhos por novos. Isso deixou o Gostosa pronto para navegar de novo. Só falta acabar esse inverno fora de época que se instalou em Floripa e volto ao mar.

1 de dezembro de 2010

Gostosa no seco

Depois da velejada deste último domingo, dia 28, o Gostosa vai ficar um tempo no seco. Saímos, Giorgia e eu, lá pelas 14 horas, para enfrentar uma bela mas difícil velejada. O mar estava muito picado, por conta do vento que vinha de Leste-Nordeste com velocidade razoável. Durante a velejada, a peça de inox que fixa a cruzeta de boreste no mastro rompeu. Não houve maiores problemas, nada de mastro vergar ou quebrar, mas ainda assim, vai exigir um reparo.

A velejada foi emocionante, como vocês podem ver pelos vídeos abaixo. Mas também foi difícil, com uma das escotas da buja se soltando da vela. A Giorgia assumiu o leme e eu refiz o nó da escota com a vela panejando e o barco a toda. Ainda bem que a proeira tinha experiência.

Pelos dados do meu GPS, percorremos 20,3 km em 2h43min, a uma velocidade média de 7,5 km/h e máxima de 14 km/h. A rota percorrida é a que está no mapa abaixo.


Visualizar Velejada 28 Nov 2010 em um mapa maior

Velejada de 28 de novembro de 2010–Baía Norte–Fpolis–Parte 1
Velejada de 28 de novembro de 2010–Baía Norte–Fpolis–Parte 2

19 de novembro de 2010

Eu contra a Vivo. A Vivo contra mim

Deve fazer uns dois meses que estou tentando trocar de operadora de telefonia móvel na minha empresa. Primeiro, os caras da consultoria Progresso Corporativo, de Florianópolis – recomendo muito para Dário Berger, Ideli Salvatti e Jorge Bornhausen – erraram ao digitar um dos números do meu plano de portabilidade. Eu estava trocando da TIM para a Vivo, por ser mais barata e oferecer aparelhos melhores.

Depois de mais de um mês que assinei o contrato, chegaram três telefones para mim, com três chips, sendo que um não tinha nada a ver com os números que seriam portados. Avisei os caras da Progresso. Mas, de acordo com eles, o chip era virgem, na hora da portabilidade ia tudo funcionar legal.

Pois bem, mais de um mês depois de começar o processo, um dia à noite o telefone da TIM ficou mudo e começou a funcionar o da Vivo. Claro que apenas dois. O da Luciana continuou sendo TIM e um número que eu não pedi foi ativado, com plano de dados e tudo o mais. A essa hora eu já estava bufando.

Os caras da Progresso Corporativo não retornavam minhas ligações, não resolviam nada. Liguei para a Vivo, que me informou que não havia portabilidade nenhuma solicitada para o número da Lu. E os caras da Progresso dizendo que ela ia acontecer em breve. “Na semana que vem” era a frase mais dita pelos cabras.

Sei que acionei a gerente de contas da Vivo, que foi atrás e conseguiu descobrir que os caras realmente cometeram um erro ao preencher o meu contrato no sistema e não pediram a portabilidade do número da Lu. Fizeram uma nova solicitação e na semana passada chegou o chip. Ontem, ativaram o número na Vivo. Mas sem o plano de dados.

Hoje à noite, liguei para o atendimento Vivo Empresa e perguntei porque diabos o plano de dados da linha da Lu não estava operando. O atendente, me explicou que o contrato dessa linha está todo separado do restante da minha empresa. Não tem nada em comum, só o CNPJ e o endereço de cobrança. E que virão duas contas para a minha casa: uma com as três linhas ativadas primeiro, sendo que uma delas eu não solicitei e não vou pagar nem que a vaca tussa, e outra com a linha só da Luciana.

Resumo, segunda-feira à tarde eu reservei só para brigar. Vou onde tiver que ir: Vivo, Progresso, Procon, Juizado Especial. E só paro quando alguém, provavelmente a Progresso Corporativo, cobrir todas as despesas que eu tive nesse mês com a TIM e qualquer eventual disparidade de valores entre o plano que acertei com o consultor – tenho a proposta enviada por e-mail – e o que vier cobrado em conta.

18 de novembro de 2010

Direto do Android


Comprei um telefone novo, um Motorola Milestone, rodando Android. Estou gostando do bichinho. Me adaptei bem ao teclado qwerty dele - bem parecido com o do Nokia 9300, meu primeiro smartphone - e gostei da interface e dos aplicativos do Market.

Ainda estou encontrando as coisas, embora já esteja com o aparelho há quase um mês. Estout testando os aplicativos, vendo o que atende minhas necessidades, coisa e tal.

Acabei de instalar, por exemplo, o Blogaway, um cliente do Blogger para poder postar direto do telefone sem ter que usar a interface do Blogger. Parece legal. E é gratuito.

Aliás, quase todos os aplicativos que estou usando são freeware. A exceção é um para controlar apresentações do Power Point com o telefone, o PPTRemoteControl. Testei a versão free e gostei. Vale pagar o quase 10 pilas que o desenvolvedor pede pela versão completa.

Só falta eu decifrar o sistema de pagamentos do Market. Cadastrei meu Amex lá, mas o sistema diz que o cartão é inválido. Não sei se preciso esperar eles checarem alguma coisa ou simplesmente não aceitam cartões expedidos foras dos EUA. Amanhã eu descubro isso.

30 de outubro de 2010

Velejada na sexta-feira

Não foi por falta de tentativas anteriores que só nesta sexta, dia 29, consegui velejar num dia de semana. Desde que voltei a atuar como consultor, venho tentando pegar uma sexta à tarde com dia bonito para botar o Gostosa no mar. Coincidiu que meu camarada e proeiro de longa data Carlito está trocando de emprego e resolveu ficar uns dias entregue ao dolce far niente. Era o parceiro que estava faltando.

Saímos para o mar à tarde, em torno de 14h30min. Meio na coragem, porque um pouco de gasolina velha entupiu o motor. Levamos ele mesmo assim, mas não chegamos a usar. O pessoal da marina nos deu um reboque até uns metros da costa, só para livrar das marisqueiras e dos barcos apoitados. Subimos vela com facilidade e zarpamos para uma bela velejada. Até na chegada, consegui manobrar o barco até a entrada da marina apenas no vento.

O vento estava forte, de Nordeste, entre 10 e 12 nós com rajadas acima dos 15 nós. Bastante para um Day Sailer e dois caras que pesam pouco mais que 70 quilos. Andamos boa parte do tempo com o barco afundado na água, muito adernado e praticamente todo de lado. Ainda bem que o leme é comprido, ou teria perdido o controle por alguns momentos. Bem, melhor vocês verem o videozinho que montei com as imagens que fizemos na sexta.


Update: Mancada minha colocar uma trilha com direito autoral. Usei Loss of Control, do Van Halen, e editei o vídeo para o ritmo da música. Mas o YouTube já pegou a minha “pirateada” e tirou o áudio do vídeo. Mudei o áudio usando uma música oferecida pelo site, o que vai fazer com que apareçam anúncios no vídeo. Vou ficar atento para numa próxima vez, além de editar o vídeo, criar minha própria trilha.

19 de outubro de 2010

Trocando de telefone

Tenho um HTC Touch rodando Windows Mobile há mais ou menos três anos. É um excelente telefone e vem atendendo minhas necessidades muito bem. Só tem um porém: não é 3G, o que deixa o acesso à internet muito lento.

Por conta disso, comprei um telefone novo, com um plano de dados legal, pela Vivo. É um Motorola Milestone, que nos EUA é vendido como Droid, pela Verizon (só que na versão CDMA). Hoje chegou o brinquedo e já comecei a fuçar embora a TIM e a Vivo não tenham feito a portabilidade do meu número.

Meu primeiro obstáculo foi ao descobrir – na real eu já sabia que enfrentaria esse problema – que o Android, o sistema operacional do Motorola, não sincroniza e-mail, contatos, agenda e tarefas com o Outlook. E eu venho usando o Outlook desde, bem, desde sempre. Mais de mil contatos cadastrados, com foto, endereços, biografias breves, dados de aniversário, hobbies. Um banco de dados bem completo.

Comecei a quebrar a cabeça para sincronizar o Outlook com o Gmail. Não rola de maneira simples. Teria que criar um arquivo CSV com os contatos exportados e importar no Gmail. As fotos, por exemplo, iriam para a cucuia.

Até que tive uma idéia: e se eu sincronizar o HTC com o Gmail e depois o Motorola? Fiz uma busca rápida na internet e achei uma página do Google que explica como proceder no Windows Mobile. Deu tudo certo e os dois telefones já estão com a mesma informação. Só as tarefas e as notas do Outlook é que ficaram de fora. Mas é pouca coisa e dá pra fazer na mão mesmo. Agora é só aguardar a portabilidade.

26 de setembro de 2010

A todo volume

Ontem assisti, já com muito atraso, o documentário “A Todo Volume” (It Might Get Loud, 2008, EUA). Dificilmente paro para ver um filme sobre bandas ou para assistir a um show na tevê ou DVD. Sequer tive paciência de ir até o final de “Shine a Light”, o filme de Scorsese sobre os Stones. Mas os primeiros cinco minutos de “It Might Get Loud” me deixaram grudado na tevê por duas horas e meia(contando os extras, que vi de cabo a rabo).

O tema do documentário é simples: guitarras. Para falar sobre esse instrumento, que de certa forma é o mais representativo do rock, o produtor Thomas Tull e o diretor Davis Guggenheim convocaram três guitarristas, de diferentes estilos e épocas: Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (White Stripes e The Raconteurs).

O filme é uma montagem, muito bem feita, de entrevistas individuais com os três e uma sessão conjunta deles sentados frente a frente num galpão, acompanhados de seus instrumentos. Essa última sessão vira uma aula de guitarra. Só parei o filme por um momento: para pegar o amplificador e a minha Gibson SG e ficar dedilhando enquanto assistia. Não resisti a “participar” da brincadeira junto com os três.

Quem gosta de rock ‘n roll, especialmente de guitarras, vai gostar do filme. Não tem como ficar indiferente a sequências como a de Jack White montando uma guitarra seminal com um pedaço de madeira, uma garrafa de coca-cola, dois pregos, uma corda de aço e um captador. Ou a visita de Page a Headley Grange, onde o Led gravou Led Zeppelin IV, Houses of the Holy e Physical Graffiti. Ou, ainda, as sequências que mostram o local de trabalho de The Edge, na sua casa, em Dublin.

É, na minha opinião, um baita filme. Vale muito ver e está disponível nas locadoras – peguei em Blu-Ray, mas acho que deve ter em DVD também. Só que, se você toca, é bom ter o instrumento por perto. Não vai ser possível vencer a tentação de acompanhar Page, White e Edge nos riffs de Wholle Lotta Love.

19 de setembro de 2010

Primeira velejada da temporada

Às portas da primavera, saí para velejar com o Gabriel, sobrinho da Lu, e a namorada Jessica. Depois de dois dias de vento muito duro, Sul, entrou um Nordeste simpático e agradável no final da manhã deste domingo. Era o que bastava para tirar o Gostosa do seco. E eu da seca. Saca só o filme e o trajeto do passeio:

 


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11 de setembro de 2010

Troca de experiência

Acabei de sair da Bilioteca da UFSC, onde estava ministrando um curso de 16 horas sobre inteligência competitiva. O curso era voltado para bibliotecários – foi promovido pela Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB) – e teve a participação de 15 pessoas.

Fazia mais de um ano que eu não punha os pés numa sala de aula no papel de professor e mesmo com a falta de prática, foi muito legal poder trocar experiências com o pessoal. A turma era ótima, composta tanto por estudantes de biblioteconomia quanto por profissionais já formados, alguns mestres.

Claro que ajuda o fato de eu falar apaixonadamente sobre o tema que virou minha profissão já há alguns anos ajuda na motivação para ficar oito horas seguidas em pé e falando. Mas essa energia da troca de conhecimento é muito boa e acontece independente do assunto. Vou dar uma ajeitada no meu Lattes e ver se dá para ampliar as atividades como professor. Pode ser até que não pague tão bem, mas é muito recompensador.

3 de setembro de 2010

Harmonização na origem

É muito difícil eu copiar ou até mesmo citar uma matéria de jornal ou revista aqui no blog. Mas esta eu não resisti. Fiquei imaginando as vacas meio altinhas e curioso em descobrir o sabor da tal carne “pré-marinada”. A nota é da Revista Adega.

Bêbado como uma vaca?
Uma fazendeira em Okanagan Valley, em British Columbia, no Canadá, parece ter encontrado outra utilidade para vinhos na gastronomia. Ao assistir um programa de culinária em que um chef dava cerveja a seus porcos 90 dias antes de sacrificá-los, Janice Ravndahl decidiu fazer o mesmo com suas vacas. No entanto, a fazendeira imaginou que a cerveja poderia inchar a carne dos animais. Acabou optando por vinho, então. As vacas foram alimentadas com cerca de um litro de vinho tinto por dia, às vezes, misturado com a comida e, às vezes, puro.
De acordo com a fazendeira, a primeira vez que as vacas provaram a bebida, estranharam. "Mas desde então, estão felizes. Elas andam mugindo um pouco mais e parecem mais relaxadas", disse Janice. Chefs locais notaram a sutileza do sabor mais complexo da carne das vacas da fazendeira de Okanagan e um chegou a dizer que parecia que elas haviam sido pré-marinadas. Uma outra forma de utilizar vinhos na culinária pode ter sido encontrada e parece ter agradado até vacas antes do abate. "Depois de um tempo já tomando vinho, quando elas nos vêem chegando com as bacias de comida, não chegam a correr, mas vêm mais rápido do que o habitual", conta Janice.

27 de agosto de 2010

Sabedoria das massas

Acho que foi lá por 2006 ou 2007 que ouvi falar pela primeira vez em prediction markets. Nem lembro se li, se vi na internet ou se alguém me falou. Mas estudando um pouco sobre construção de cenários para um artigo que estou escrevendo, sobre usar a metodologia de disaster sheets e fatores críticos de sucesso na geração de cenários tendenciais, me lembrei desse negócio.

Engraçado, mas de todos os cursos, eventos, palestras de IC que participei nos últimos dois anos, não ouvi ninguém falar sobre prediction markets, que vou traduzir como mercados de previsão. Eu estranho porque acho uma fonte de informação interessante, uma maneira de, com baixo custo, captar o sentimento das massas.

Claro que não “aquelas” massas. Não daria pra prever a eleição de Paul Kagame em Ruanda usando uma ferramenta na internet. Simplesmente porque a penetração da internet em Ruanda é de 3% da população. Mas para tentar prever se Sarah Palin vai disputar a corrida presidencial norte-americana em 2012, pode ser uma fonte de informação interessante.

Esses mercados de previsão funcionam como um pregão de ações, só que em vez de papéis, que você compra ou vende uma opinião. Pegando o exemplo da bela ex-governadora do Alasca, o enunciado seria “Sarah Palin será a candidata republicana em 2012”. Isso é colocado no sistema e as pessoas que usam o site começam a comprar ou vender esse enunciado. Com base apenas nas suas próprias opiniões.

É opinião, claro. Mas a riqueza está na sabedoria – ou ignorância – das massas. Não é a minha ou a sua opinião, sedimentada em um texto do word e batizada de relatório de inteligência competitiva. Não. É a opinião de um monte de gente, com diversos graus de estudo, passados, formações, percepções, ideologias, religiões e por aí vai. Para entender melhor, dê uma olhada no intrade, um desses mercados. Tirei o exemplo da Sarah Palin de lá.

Claro, não dá pra construir um cenário só com base nisso. Aliás, não dá pra criar qualquer tipo de relatório decente de inteligência com base em uma única metodologia (eu sei que tem gente que discorda disso, mas eu finco pé na minha opinião). O negócio é que esses prediction markets podem servir para ajudar na hora de botar o pescoço para fora da carapuça e se arriscar com tendências e cenários. E, pela minha experiência, não tem muita gente de IC usando isso.

26 de agosto de 2010

Limpeza nos links

Faxina leve, só de passar o aspirador e tirar a poeira, nos links ao lado. Entraram os dois blogs do meu irmão Giuliano, que está morando em Porto Alegre depois de passar dez anos vivendo em Viena. Ele tá dando aulas de alemão e de piano na capital gaúcha e montou os blogs para divulgar o trabalho. São o Piano em Porto Alegre e Língua e literatura alemã em Porto Alegre.

Também fiz uma limpa mandando para o espaço blogs de um post só ou sem atualização há mais de um ano e mexi nos endereços que haviam sido trocados, como o do blog do Dauro Veras, que ficou chique e ganhou domínio próprio faz tempo.

25 de agosto de 2010

Navegando a cinco megas

Hoje os caras da Net vieram instalar meu combo. Telefone, um ponto de cabo básico na cozinha e internet de 5 MB. Rodei o teste de velocidade e deu 4.96 MB. É, tá bom.

Quando pensei em trocar de operadora de telefonia – porque o meu telefone tá muito caro e porque a internet já não tá lá essas coisas – primeiro fui na GVT. Dizem que é a melhor banda larga do país. Simulei um plano pelo site e descobri, feliz, que era a também a combinação de fone + internet mais barata. Mas dei com os burros n’água quando o vendedor me informou que eles não atendem a minha rua.

Até tentei renegociar valores e serviços com a Oi, mas os caras não são bons de conversa. Acabei indo pra Net e por enquanto tudo bem. Chegaram para instalar no dia e hora combinados e foram bem prestativos. Uma pena que – sabe como é prédio antigo – os cabos tiveram que ficar expostos, passando por rodapés e coisa e tal. Paciência.

24 de agosto de 2010

Sobre o amor

No restaurante a quilo, um rapaz de vinte e tantos anos conversava animadamente com a moça de vinte e poucos. Cabelos curtos, barba rala e olhar brilhante, sentado na ponta da cadeira, sem um prato sequer de comida à sua frente, o rapaz contava sobre sua namorada. A garota loura, de blusinha tomara-que-caia rosa, nariz afilado e maquiagem carregada, ouvia a narrativa entre uma garfada e outra.

O rapaz contava da noite anterior, quando havia levado a menina objeto de sua afeição ao cinema. Relatava tudo com uma inocência incondizente com a sua aparente idade. Falava sobre pegarem as mãos um do outro, sobre como ele estava nervoso e como ele havia “pedido a mão dela em namoro”.

A mesa comunitária me permitiu ouvir a conversa em silêncio, enquanto comia devagar. A garota que fazia papel de confidente, pelo menos quatro ou cinco anos mais nova do que o rapaz, eventualmente encorajava o detalhamento de uma outra emoção. Mas ao olhar para ela, via-se que não tinha paciência para toda a narrativa do amigo.

Trabalhavam juntos, disso não tenho dúvida. Mas havia algo mais na relação dos dois. A impaciência da garota, o jeito como ela olhava para o rapaz, sei lá. Só fui descobrir quando ele se despediu, pagou e foi embora. A moça ficou e ligou para uma amiga. Nesse ponto, eu já estava terminando meu almoço, mas enrolei para ver se extraía mais alguma informação.

No telefone, a garota queixou-se que o fulano – já não recordo o nome – era um idiota mesmo. Que tinha saído com aquelazinha e ainda contava tudo para ela. “O que tenho que fazer para ele ver que eu tô a fim dele”, ela perguntou para a amiga. Me deu vontade de responder que abrisse o jogo, que falasse para o cara, porque, meio abobado como era o rapaz, jamais adivinharia. Mas fiquei quieto, dando uma última olhada para a garota maquiada de blusinha tomara-que-caia rosa. Ela pode conseguir coisa melhor do que ele.

17 de agosto de 2010

Interrompemos nossa programação para….

Hoje começou o horário eleitoral gratuito. Pela manhã, já ouvi algumas inserções no rádio do carro. Logo mais, às 13 horas, vou assistir ao primeiro programa na tevê.

Embora ainda seja um marco importante da campanha eleitoral em eleições majoritárias, já não considero tão relevante a propaganda em tevê. Quem realmente quer buscar informação sobre seu candidato, usa a internet. Salvo um ou outro cidadão, o contingente de pessoas que presta atenção na propaganda é pequeno.

As inserções são diferentes. Tomam a gente de surpresa, entre o comercial do carro e o do sabonete. Fica na mesma porção do cérebro a decisão de comprar um Clio, usar Dove e votar na Dilma.

Não estou apostando que haverá uma virada a partir do início do horário eleitoral. Serra – que agora parece, ouvindo o jingle de campanha, que se chama Zé – tem menos tempo de tevê e não conta com um cabo eleitoral que tem mais de 70% de aprovação.

Essa é, aliás, a primeira vez na nossa história recente que um presidente termina seu segundo mandato – ou seja, sem chance de reeleição – bem avaliado pela população. Lula tem todas as condições de fazer sua sucessora. Tem a máquina do governo, a estrutura do PT, que ocupou cada espaço possível da estrutura governamental, o maior tempo de tevê, alianças boas em quase todos os estados. Dilma só precisa colar mais e mais na imagem do Lula e tá feito o trabalho.

Lamento dizer, mas se a eleição fosse um fundo de ações, aplicava todo meu dinheiro na Dilma LTDA. Vai dar ela em outubro.

13 de agosto de 2010

Costumes são apenas costumes

Quando voltei a trabalhar sozinho, no meu home office, pensei que a adaptação seria fácil por conta da experiência passada. Afinal, há pouco mais de cinco anos, era assim. Eu sentado em frente ao computador, o som rolando, os sistemas de mensagem instantâneas ligados e mais nada. Uma certa solidão, a que me havia acostumado.

Surpreso, descobri que estou sentindo falta da interação com as pessoas. Claro que sinto falta das pessoas com quem eu trabalhava na Knowtec por elas serem bons amigos, mas o fato de passar a maior parte do tempo calado, sem interagir, sem responder ou fazer perguntas, foi uma mudança que senti bastante.

O mais engraçado é que quando eu passei a trabalhar no modelo “9 to 5”, em 2005, eu senti falta da liberdade de esticar as pernas dando uma caminhada às 15 horas ou de ficar lendo na cama até às 10 da manhã. Com o passar do tempo, me acostumei a trabalhar com horário fixo. Agora, tenho que me adaptar ao contrário, a contar com a companhia apenas do som.

Agora, rola Sehnsucht, dos alemães do Rammstein. Talvez quem não goste muito da nova situação da Proença Incorporated são os vizinhos, bombardeados com música pelo menos 8 horas por dia. Pelo menos, boa música.

5 de agosto de 2010

Tempos duros para serviços não essenciais

A história é sempre a mesma: quando a economia começa a bambear, diminuem os negócios e aumenta a inadimplência em alguns setores da economia, identificados como sendo menos essenciais. Estive colhendo algumas informações, por conta de um plano estratégico que estou elaborando, e dá pra ver que alguns setores sofrem bastante com isso.

Dificilmente deixa-se de comer, de pagar luz e água. Mas condomínio, serviços relacionados a festas, serviços náuticos e de veículos, essas contas podem ir para o final da fila. Contratar, então, nem pensar. Quem trabalha com produtos de controle de inadimplência (Serasa Experian, SCP, etc.) tem uma oportunidade interessante. Em São Paulo, devedores de condomínio, por conta de legislação estadual, podem ser inseridos nos cadastros de devedores.

Talvez seja uma solução para administradoras de condomínio e marinas, que já tem o serviço contratado e precisam receber. E quanto a empresas que dependem da venda de serviços não essenciais? Essas vão ter que responder com boa estratégia e muita inteligência. Vão precisar dividir um bolo menor e aí vale a máxima “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”.

Um bom olhar sobre seus concorrentes, monitoramento dos clientes e possíveis prospects certamente vai dar bom resultado. E diversificar um pouco, claro. Porque se tem uma coisa que esses momentos de crise ensinam aos empresários é que não dá para apostar todas as fichas num único número.

29 de julho de 2010

Aniversário multimeios

Bem coisa de velho, ficar lembrando de como eram as coisas “antigamente”. Pois bem, eu lembro de quando me davam parabéns só ao vivo. Mal e mal um telefonema. Não existia celular, claro. Podia dizer que recebia cartas, mas estaria mentindo. Nunca fui um usuário contumaz do glorioso sistema postal brasileiro.

Mas ontem, depois de responder a um SMS em que me davam parabéns, me dei conta e comentei com a Lu como é bem mais fácil as pessoas lembrarem do aniversário da gente, de darem parabéns e coisa e tal.

Ontem, atendi diversos telefonemas no celular e no fixo. Respondi a alguns SMS, a diversos recados no Skype e MSN, a outros tantos no Facebook e Orkut, a e-mails dando parabéns. Ah, sim, e pelo Twitter também. Ao vivo – aquele abraço, coisa e tal – ganhei apenas da Lu e de mais três amigos. Não que os outros parabéns tenham sido menos sinceros ou menos importantes. Nada disso. Mas é uma constatação de uma mudança que só agora observei.

É, eu sei… Notar essas coisas é bem coisa de velho.

28 de julho de 2010

39 anos

Hoje completo 39 anos. Um ano para chegar aos “enta”. Inevitavelmente, me passa pela cabeça um balanço. Lembro quando completei 25 anos – faz tempo – e me comparei a Orson Welles, que havia lançado Cidadão Kane nessa idade. Mas chego aos 39 bem mais saudável que Welles, bem menos gordo e sem estar divorciado da Rita Hayworth.

Nesses 39 aninhos aprendi muito, fiz bastante coisa e busquei ser uma boa pessoa. Meus amigos e família é quem podem dizer se o esforço valeu. De minha parte, sigo feliz, ao lado de uma mulher que amo, fazendo as coisas que gosto de fazer, trabalhando – agora, nessa nova fase de vôo solo – com novos desafios e dentro do meu tempo e possibilidades.

Para completar um bom checklist, daqueles do tipo “coisas para fazer antes de morrer”, ainda tá faltando tirar o brevê de piloto privado VFR, ter uma moto custom mais legalzinha, conhecer Atenas, Petra e Cairo, mergulhar em Noronha ou Caribe, publicar um livro de ficção. É, acho que por alto é isso. Nada muito grandioso, eu sei.

Agora, sair pra pedalar, que é pra barriga não chegar ao padrão Orson Welles e os “enta” durarem décadas a fio. Fui.

14 de julho de 2010

Cavaleiro solitário

Poético o título do post, não? Well, well… Estou de volta ao trabalho em “euquipe”, desde esta segunda-feira. Saí da direção da Knowtec, função que exerci por um ano – e antes, a gerência por quatro anos – para encarar o mercado de consultoria em inteligência competitiva.

Depois de cinco anos na mesma empresa, por melhor que fosse, há uma certa saturação – que é o eufemismo para “saco cheio”. Inevitável, por melhor que fosse trabalhar com a excelente equipe com que eu contei nesses anos. Ainda mas para um espírito irriquieto como o meu.

Duas psicólogas que atuaram como minhas coachs e de outros colegas na gestão da empresa, me ajudaram a enxergar isso. Sou um cara mão na massa, incompatível com muito tempo em funções de gestão.

Não que tenha me saído mal na função. Pelo contrário. Como legado, deixo uma metodologia de inteligência competitiva setorial premiada, reconhecida pela Associação Brasileira de Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic) como um dos três melhores cases de IC do país. O presidente da empresa, meu chefe direto disse que mesmo nas coisas que não são meu forte, fico na média. Encarei como um elogio.

Mas é hora de me dedicar ao que faço realmente bem, que é análise de inteligência, consultoria em IC – criando metodologias e processos – e dando treinamentos na área. E também estudar um pouco. Vamos ver se consigo casar os trabalhos que já começam a pipocar com um mestrado.

E, obviamente, com menos pressão e mais tempo para me dedicar a ler, aprender e pensar, vou ter tempo de voltar a escrever no blog.

1 de abril de 2010

Foram eles quem quiseram

Há um tempo que me enrolo para trocar de provedor de internet. Era usuário da Matrix desde muito tempo. Nem lembro quando. Passei um tempo pelo BRTurbo, mas depois voltei a contratar os caras. Mas desde o ano passado, andava muito descontente com o serviço. Lá por setembro, fiquei mais de duas semanas sem e-mail. Perdi um monte de mensagens e todas as minhas imagens e arquivos que tinha no disco virtual foram apagadas. Uma mancada que me incentivou a trocar de provedor. Por inércia, fiquei com os caras.

Só que desde ontem estou sem internet e sem e-mail. Hoje liguei para ver o porquê e fui informado pelo cara do suporte que o meu contrato não registra pagamentos desde fevereiro. Só que o débito da Matrix é no meu cartão Amex. Que não mudou de número, não sofreu qualquer alteração. Por alguma mancada deles, desorganização, sabe-se lá o quê, deixaram de me cobrar. E como resultado, cancelaram o serviço.

Ótimo! Era o empurrãozinho que eu precisava para conectar com a plaquinha da Vivo, procurar um outro provedor, assinar e reconfigurar o meu modem. Fiz um plano sem fidelização com a Globo.com e que a Matrix se dane. Então, fica o aviso: nem Lu nem eu usamos mais os e-mails da Matrix. Contatem-nos pelo Gmail.

18 de março de 2010

iPhone

Com as devidas reverências à criatividade dos colegas da Talk Brasília

Tava lá o corpo estendido no chão. Bem, não era um corpo, mas um iPhone. E o chão era o asfalto quente da W3, perto do Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Reginaldo desceu do carro, parado no semáforo, apanhou o iPhone e soprou a poeira vermelha do LCD. Correu para sentar-se ao volante do Renault Sandero antes que o sinal abrisse. Largou o telefone da Apple no banco do carona e seguiu para o trabalho como fazia todo dia.

Enquanto esperava o elevador que o levaria da garagem subterrânea ao segundo andar, começou a mexer no aparelho. Aparentemente, ele ligava, mas a tela estava apagada. Era possível ouvir os ruídos de ligar, desligar, mudar tela. Mas, pesquisar por um número, pelo nome do dono era impossível.

“OK, sem problemas. Assim que chegar ao escritório eu sincronizo ele com meu computador e recupero os dados”. Reginaldo tinha esperança de encontrar o dono do aparelho, solidário que era aos parceiros admiradores dos equipamentos produzidos pela Apple.

Não que Reginaldo fosse daqueles seguidores fanáticos da empresa californiana. Ele não era da Steve Jobs Church of Redemption. Longe disso. Gostava do iPhone, dos Macs, do iPod. Mas não chegaria a tatuar uma maçã no braço. Respeitava os fãs, mas procurava manter distância dos exageros.

Ao acessar o telefone, descobriu que pertencia a uma garota. Havia várias fotos dela no aparelho. Idade entre 20 e 25 anos, loura, olhos entre azuis e verdes, rosto redondo e simétrico, corpo muito bonito – uma sequência de auto-retratos dela vestindo um biquíni preto, tiradas a bordo de uma lancha no que parecia ser o lago Paranoá, davam a dica.

“Tá aí alguém que vale procurar para devolver o telefone”, pensou Reginaldo. A colega de trabalho, Katilene, espiou as fotos e sorrindo brincou:

- Namorada nova?

- Não, essas fotos estavam num iPhone que encontrei na rua. A tela não funciona, mas de resto o aparelho tá intacto. Essa deve ser a dona.

- Bonita, hein?

- É, bastante. Vou ver se acho ela para devolver o aparelho. O mais louco é que tava caído no meio da W3.

Nesse momento, Felício, que já havia ouvido parte da conversa, entra no papo.

- Cara, ouvi dizer que é muito comum em sequestros-relâmpago os bandidos jogarem o celular do sequestrado para fora do carro.

- Não pode. Será que a menina foi sequestrada? – Pergunta-se em voz alta Reginaldo.

- É uma possibilidade – arrisca Katilene.

Depois de discutir um tanto, resolvem que o melhor é ligar para um número de telefone associado a um dos compromissos na agenda do telefone, uma consulta ao dentista.

- Alô, eu encontrei um telefone e diz na agenda que o dono ou dona teria uma consulta agora com o dentista que atende nesse número. Sim, arrã. Certo. Não sei o nome. É, pode ser. Você a conhece? Isso, loura, olhos claros… Arrã. Se ela ligar ou aparecer, você pode pedir que ligue para o fone 5555-0550? Obrigado.

- E aí? – Perguntou, interessadíssimo, Felício.

Reginaldo encheu os ouvidos atentos de Felício e Katilene com informação. Sim, o telefone era da lourinha das fotos. O nome dela era Paula e não havia comparecido à consulta com o dentista. A secretária do consultório ligara há pouco para a casa dela e a mãe da menina falou que ela saiu para a consulta nas primeiras horas da manhã.

Os três se olharam e pensaram seriamente que sim, a garota havia sido sequestrada. Preocupado, Reginaldo pegou o telefone e ligou para João, um amigo investigador da Polícia Civil do DF. Depois de trocarem cortesias, João ouviu a história e prometeu fazer uma breve investigação.

Só depois do almoço, lá pelas duas da tarde é que Reginaldo teve notícias de João. Alguns telefonemas, uma visita ao Ministério da Fazenda, onde Paula estagiava todos os dias pela manhã, e uma conversa com os pais da menina fizeram João acreditar na hipótese de sequestro. Comovido com a preocupação da mãe e meio sem saber porque o amigo estava tão preocupado com uma desconhecida, João acionou um alerta para o carro da garota.

Não demorou muito para que a Polícia Militar localizasse o carro estacionado na entrada de uma casa em Sobradinho, uma das cidades-satélites de Brasília. Quando João ligou perguntando se Reginaldo não gostaria de acompanhá-lo, com o intuito de ajudar a reconhecer a garota caso ela estivesse na casa, não houve debate.

- Sabe como é, complicado de pedir aos pais. A coisa pode tomar um rumo mais emocional e nos causar problemas.

Sentados num carro sem identificação, à paisana e com as ruas próxima fechadas por viaturas da PM, Reginaldo, João e um segundo policial esperaram algum movimento na casa. Não se passou mais de uma hora quando dois homens, ainda dois garotos, de pouco mais de 18 anos, saíram da casa segurando Paula pelos braços. Reginaldo reconheceu-a na hora.

- É ela – foi a deixa para os dois policiais falarem alguns códigos pelo rádio e saltarem do carro rapidamente, prendendo e desarmando os garotos ainda quando entravam no carro.

Uma prisão tranquila, sem que os sequestradores tivessem tempo de disparar um único tiro ou machucar a refém.

A menina, assim que foi libertada, disparou a chorar convulsivamente. João aproximou-se da garota e contou a história de como haviam descoberto seu cativeiro e o que havia levado a polícia a procurá-la.

- Esse cara é o teu herói, Paula – disse o policial, apontando para Reginaldo.

Ela abraçou forte o rapaz. Ele a abraçou de volta. Reginaldo tirou o telefone do bolso com uma das mãos e entregou a menina, que ainda chorava com o rosto colado no seu ombro, buscando segurança e conforto. Ela esboçou um sorriso e voltou a recostar o rosto no ombro do rapaz. E descobriu ali segurança e conforto. E ele, alguém para confortar e dar segurança. Reginaldo pensou: “De vezem quando, vale a pena fazer uma boa ação”.

3 de março de 2010

Linux salvou meu computador

No último sábado, meu notebook Lenovo U110 resolveu não ligar mais. Só aparecia uma mensagem dizendo que o registro estava corrompido e não entrava o Windows. Segunda-feira cedo eu parti para Brasília. Precisava dos arquivos que estavam dentro do computador, então trouxe ele comigo. Logo que cheguei, busquei a assistência da Lenovo. Me encaminharam para a linha da IBM. E na IBM, deram o número da Lenovo. Foi o suficiente para desistir e buscar uma alternativa eu mesmo.

Depois de trabalhar o dia inteiro, tentei resgatar os arquivos na máquina usando um cd do Ubuntu, uma distribuição bem amigável do Linux. Consegui fazer isso na terça-feira à tarde, com a ajuda dos colegas do nosso escritório de Brasília, especialmente o Malaquias e o Adisson. Ufa!

Já que teria que instalar tudo de novo, já resolvi partir para o Windows 7, que espalham por aí que é mais rápido que o Vista. Comprei o DVD do Win7 e instalei. É nele que digito esse post. Tá funcionando, mas ainda tem muita coisa o que fazer. Nem tudo foi recuperado no backup, mas não perdi tudo. Ainda bem. Mas fica a lição: fazer backups mais seguidos e sempre manter o sistema atualizado e redondo.

29 de janeiro de 2010

God hides on subway lines

There I am, looking to the rails from the platform, considering if I’d ever jump in front of a running train. Thinking if the thousand volts on the third rail might make the world of stocks, bonds, foreign currency disappear forever. It probably would, but I got a Playstation and a cozy armchair waiting for me at home. It’s not worth the jump.

But a small girl, looking like Russian, is staring at the tracks, just like I was. Now, she’s the focus of my eyes. You know the type: blonde as a canary, legs long as the Empire State Building, Eyes blue as a summer sky in the Hamptons. And Russian, of course. She resembles one of those tennis players whose name sound like a vodka brand.

And she’s staring at the tracks with a crazy look in the deep blue eyes. I’m starting to worry. Is she thinking suicide thoughts? Did I have that same look a few minutes ago? Barely have time to do anything and the Q train approaches. The whistle of metal against metal and the wind on the platform.

She takes one step forward. I know. And she looks at me, just a glance. And she knows I know. We both know and are in it together. I jump towards her and my body is so much stronger than hers. She is leaning forward the train and an old lady screams “Oh my God”. A young latino couple shouts “fuck” in unison.

Her body and mine, now one single human being, barely miss the train. We just bump in the lateral and the engineer hits the breaks as fast as he cans. When the train stops, we’re bruised, we’re bleeding, but we’re alive. People aorund scream, some even cry. I do nothing like that. Neither does she. We just look at each other. And I ask her why. In a Russian accent, she simply says: “’Cos god hides on subway lines”.

24 de janeiro de 2010

Não foi agora

Acabei não indo velejar no sábado. Depois de ter acordado cedo e decidido sair com o Gostosa, o tempo começou a ficar meio feio. Aí abortei a saída. Até daria para ter ido, mas umas nuvens escuras rondaram os céus de Floripa durante praticamente todo o dia.Aí é melhor não arriscar. Ficou para a semana que vem, se o tempo ajudar.

23 de janeiro de 2010

Para tirar o “branco neve”

Daqui a alguns minutos, saio de casa rumo a Santo Antônio de Lisboa para uma velejada. Um pouco de sol, mar e vento é tudo o que preciso para fazer o corpo perceber que está de novo em Florianópolis.

Há um bom tempo que não velejo. Nem lembro quando foi a última saída. Mas tô seco para embarcar no Gostosa e rumar em direção a nenhum lugar específico e sentir o barulho do casco contra as ondas.

Tô levando a câmera a prova d’água que ganhei de Natal dos meus pais e na volta posto fotos da saída.

17 de janeiro de 2010

Uma última noite em NYC

Domingo, 1h30min, horário local. Separamos as coisas para arrumar as malas amanhã. Não fizemos nada especial hoje à noite. Só umas compras, fui pegar meus ternos no alfaiate e subimos no terraço do prédio para fazer umas fotos da vista. É nossa última noite aqui.

Nem fomos embora, mas já sinto saudade. Sempre brinquei com os amigos dizendo que de Floripa só sairia para New York. Isso antes de conhecê-la. Agora, essa sensação se reafirma. A vibração da cidade é a minha vibração. Sabe aquela sensação de pertencer a um lugar? Pois é, eu me sinto assim aqui, especialmente no Village, que foi onde ficamos mais tempo. Me sinto assim na Costa da Lagoa, também. Mas, calma. Uma coisa por vez. Primeiro conquistar a Costa, depois NYC, hehehehe.

Hoje rumamos para o Brasil. Saímos daqui à noite, para chegar em Guarulhos pela manhã, na segunda, e em Floripa à tarde. Vai ser gostoso estar de volta em casa, mas sempre vai ficar uma pontinha de saudade de New York.

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O telhado do prédio em que estamos, de dia…

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… e de noite. Vai dizer que não é de dar saudade?

15 de janeiro de 2010

Pop on classics

Nem só de compras e visitas a locais turísticos é feita a vida de turistas brasileiros em NYC. Nesse quase um mês – que infelizmente está se encerrando – que passamos em Gotham, experimentamos um pouco de cultura. A cidade é rica em oferta e sabendo procurar e buscar, dá para usufruir por preços razoavelmente módicos.

Bem, todo turista interessado em ir a um show da Broadway sabe da existência do balcão da TKTS na Times Square. Lá, se compram ingressos pela metade do preço para os espetáculos do dia. E os lugares não são ruins não. Normalmente primeiras filas laterais.

Mas o que nem todo mundo sabe é da existência de um balcão igual, no Southstreet Seaport, na John Street. Bem menos concorrido que o da Times Square e com os mesmos descontos. Lu e eu compramos ingressos para três espetáculos lá: Radio City Christmas Spectacular, Mamma Mia! e Hair.

No primeiro, a Berna foi conosco. Adorou! Eu achei mais ou menos, porque não tinha bem uma história. Era mais um apanhado de números de dança com temas natalinos. Desnecessário comentar que a Lu ficou felicíssima. É só olhar a foto dela e da Berna.

Mamma Mia! e Hair nós fomos nesta semana. Ambos muito legais. Mas eu gostei mais mesmo é de Hair. O espetáculo é muito despretensioso, com uma música fantástica. É demais! Claro que a historinha do filme do Milos Forman é mais legal, melhor contada e tal. Mas ver ao vivo tem o seu valor.

Esse foi o lado pop do negócio. Mas também temos nossa vertente mais erudita. O Nano comprou para nós, ainda de Viena, pela internet, ingressos para assistir Turandot, de Giacomo Puccini. No Met. A gente não somos fraco, mermão! Lá fomos nós cinco, de roupa de domingo ver a ópera no Met. Da ópera, vocês já sabem, e se não souberem, dêem uma googleada. Agora, a montagem do Met é ducaramba. Cenários móveis, cantores muito bons, uma orquestra excelente. Realmente, valeu a pena. Agradecimentos especiais ao meu irmão Giuliano, nosso personal music-expert.

Também no Lincoln Center for Performing Arts, onde fica o Met, fomos assistir a um balé. O Quebra Nozes, de Tchaikovsky. Até eu, que não gosto muito de dança, fiquei impressionado com esse balé. Nano e pai passaram, mas eu fui com as meninas. E valeu a pena ter ido. Tanto que temos planos de ver mais um balé antes de ir embora. Tem um amanhã, Short Stories, com música de Leonard Bernstein, Igor Stravinsky e Sergei Prokofiev. Se conseguirmos ingressos por um bom preço, vamos assistir.

E, dependendo do tempo, ainda quero pegar uma peça na Broadway. Scarlett Johansson estrela um texto de Arthur Miller, a View from the Bridge. Achei legal porque é uma peça sobre NYC, sobre os trabalhadores italianos no Brooklin. Vamos ver se dá tempo e se tem os tickets no TKTS. Se não, tem Race, do David Mammet, com o James Spader. Mas só se der tempo.

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Saguão do Metropolitan Opera House.

13 de janeiro de 2010

Uma tarde no museu

Na verdade, foram duas: anteontem, no American Museum of Natural History, e hoje, no Metropolitan Museum of Art. No museu de história natural, foi nossa segunda visita. Apenas para terminar de er algumas coisas que deixamos de fora na primeira vez. Muito legal os meteoritos, a baleia gigante no meio da sala que trata da vida nos oceanos e o melhor de tudo: dinossauros. Caramba, os bichos eram grandes mesmo.

Foi legal também ler as descrições das teorias dos caras lá em 1920, quando começaram a descobrir os ossos de dinossauros que agora estão expostos. Lembro de uma em que o cientista decrevia o momento, durante um almoço, em que um colega dizia ter descoberto ovos de dinossauro. Até então se discutia se dinossauros eram répteis, pássaros, mamíferos. E o cara vai lá e descobre ovos de dinossauro. Muito legal ler sobre esses momentos da ciência, da descoberta do conhecimento pela humanidade. Uma coisa que parece tão óbvia e corriqueira para nós, em algum momento, alguém teve que teorizar, buscar hipóteses, provas, confirmar suas idéias. Demais mesmo.

A outra tarde, no Met, foi curta. Vamos ter que voltar. Se não nessa visita a NYC, em outra – alguém duvida que ficamos com vontade de voltar, sem nem sequer ter ido embora ainda? Ficamos mais de uma hora apenas na ala de artefatos egípcios. Tumbas reconstruídas dentro do museu, múmias, sarcófagos, vasos, estátuas, paredes cobertas de hieróglifos.  The works.

O prédio do Met é enorme. Numa praça com estátuas, tem até a fachada inteira de um edifício antigo da Wall Street, demolido nos anos 1920. Só deu pra ver bem duas exposições: Egito antigo e armas e armaduras. As duas muito legais. Se der tempo, voltamos lá.

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Luciana na frente dos ossos de um tiranossauro rex. Ele só passou a ser montado assim, com a espinha dorsal paralela ao solo de uns tempos para cá, dentro das novas teorias sobre o bicho. Antes, era montado mais em pé, como a gente vê nos filmes.

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Portal do Templo de Dendur. Dá pra ter uma idéia do tamanho do negócio. Agora imaginem o tamanho do museu!

10 de janeiro de 2010

As imagens que valem por mil palavras

Os últimos comentários são unânimes: “mais fotos da viagem”. Se é isso que pede essa imensidão de leitores, atendemos aos pedidos. Um curto, porém ilustrativo álbum dos nossos dias, até agora, em NYC.

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Lu na árvore de Natal do Rockfeller Center.

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Família no Central Park, dois dias depois da nevasca.

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Almoço no Carmine’s do South Street Seaport. Dica da Tatá.

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Relógio do salão de leitura principal na biblioteca pública.

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Chrysler Building, visto do mirante do Empire State.

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Joaquinense João, de pala num parque do Soho.

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Iluminação de Natal, no campus da Columbia University.

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Lua sobre o Empire State Building. Foto tirada da Union Square, que foi nosso caminho rotineiro por 20 dias.

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Vista das colunas de ferro fundido de nosso prédio, refletida na janela do prédio da frente. Foi a Lu quem tirou.

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Pretzel salgado – de preço e gosto. Experiência gastronômica mal sucedida da Lu.

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Vista dos prédios do Financial District, com os guindastes da obra no Marco Zero em primeiro plano.

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Lu a poucos passos do Oz, leão marinho do NY Aquarium.

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Auto retrato meu, concentrado nos peixes do aquário.

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À esquerda da grade, o calçadão de madeira de Coney Island. À direita, a areia da praia. Cobertos pela neve.

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Nunca vi tão feliz! Lu no Carrossel do Central Park. A Berna tá no cavalo de trás.

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Passeio de macho: armas nucleares, aviões de combate e um porta-aviões do tamanho do Chrysler Building. Nosso dia no Intrepid.

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Helicóptero de combate no convés de vôo do Intrepid. Me admira a foto não estar tremida. Estava batendo os dentes de frio. 

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Times Square à noite. Foto da Lu.

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Primeira manhã no apartamento da 24th e a neve voltou. Lu captou o telhado vizinho ainda antes de derreter.

IMG_7726 Saguão principal da Grand Central Station. 

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Vanderbilt Hall, na Grand Central. Todo em mármore rosa.

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Ferromodelismo no museu da MTA. Impressionante!

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Flatiron Building, pertinho de casa.

8 de janeiro de 2010

Em novo endereço

Hoje o pai, a mãe e o Nano foram embora. Pai e mãe para o Brasil, Nano para Áustria. Saíram logo no início da tarde, meio atrasados porque fiquei configurando um HP Mini que o Nano comprou hoje ao meio-dia. Ele já levou zerado, pronto para ser usado.

Demos uma limpadinha no apê da 11th com Broadway e viemos para nosso novo lar nos próximos 10 dias: 24th, quase na esquina com a 2nd. Um studio, bem legalzinho e confortável. Não é tão grande quanto o loft que estávamos antes, mas para duas pessoas, fica até maior.

Estamos num distrito de New York chamado Gramercy. É perto do Gramercy Park. Entre o parque e o rio. Nesse lado, é o East River. Amanhã saímos para explorar a região. Por hoje, foi só comer num diner aqui perto, fazer umas compras, e rumar de volta ao apê.

4 de janeiro de 2010

Relapso

É, estou relapso no relato da nossa viagem, mas é que andei trabalhando nesses últimos dias. São as minhas férias, eu sei, mas quando a gente assume um compromisso de fazer alguma coisa, tem que entregar. E entregar bem feito. Por isso, eu e o Marcelo estamos sacrificando parte de nossas férias. Para fazer um belo trabalho e deixar um cliente satisfeito.

Mas, nada de choradeira ou desculpas, vamos ao que interessa. No primeiro dia do ano, depois de visitar a Union Square cheia de neve, fomos a Coney Island, visitar o New York Aquarium. Belo passeio, embora a viagem de metrô até lá seja longa. Pelo menos o trem Q passa na estação aqui perto e leva a gente até lá sem precisar trocar de linha.

O aquárío é muito legal e pudemos ver de perto morsas, leões marinhos, focas, ariranhas e, pelo vidro, os tubarões. É tudo muito organizado e bastante divertido. Porém, desse passeio, o que mais me impressionou foi ver uma praia coberta pela neve. Engraçado, mas não há nada de estranho nisso para quem está acostumado. Mas eu, que não consigo relacionar neve a litoral, achei a coisa mais louca do mundo.

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Mesmo o Nano, acostumado a neve, achou legal ela ao lado do mar.

No dia 2, fomos ao Central Park, já que não estava tão frio. Era um dia “passeável” ao ar livre. O parque é grande mesmo e um barato. Para todo lugar que você olhe, há arranha-céus ao lado da natureza, o que deixa a imagem totalmente surreal. A Lu e a Berna andaram no tradicional carrossel e todos tiramos fotos na estátua de Alice no País das Maravilhas e na de Hans Christian Andersen também. Visitamos o rinque de patinação e pude ver uma Zamboni ao vivo (para quem não sabe, é a máquina que alisa o gelo. Queria pilotar uma dessas).

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O parque, dominado pelos arranha-céus ao redor.

Hoje, dia 3, eu fiquei trabalhando pela manhã, em casa, e eles foram a missa. Calma, calma, que ninguém se converteu. Foram a uma igreja no Harlem, acompanhar o culto para ouvir um coral gospel. Só que a missa durava três horas (!!!!) e eles ficaram até o final em sinal de respeito. Encontrei-os para o almoço já passava de três e meia, na Times Square. Depois, de lá, foi visitar a Toys ‘R Us e voltar para casa.

1 de janeiro de 2010

Despedida nevada

Demos adeus a 2009 num dia de neve em New York. Logo que acordamos, em torno de oito horas, a neve começou a cair. Saímos, Lu, Nano e eu, para comprar um notebook na Best Buy da Union Square abaixo de neve. Na praça, fiz esse vídeo dos dois, brincando com bolas de neve.

Feliz 2010 para todos.