30 de dezembro de 2007

A inevitabilidade

Dois ou três meses atrás, meu pai me disse ao telefone:

- Filho, tua avó tá ruinzinha, fraca, não quer comer nem tomar remédios. Temos que ir nos preparando.

Eu não estava pronto na manhã de sábado, dia 29.

Acho que ninguém se prepara para a morte. É sempre difícil encará-la. Talvez o moribundo, sabendo da iminência da morte, tenha uma certa clareza e encare-a de frente, com serenidade.

Mas a família, ah, essa é outro papo. Por mais que meu pai tivesse, ele mesmo, avisado da fragilidade da velha Elza, tomou um baque quando soubemos que ela havia morrido. Ele, minha mãe, minhas tias.

Um final de ano triste por aqui. Mas com uma certa paz para a minha avó, 89 anos sofridos, com cinco filhos criados e sete perdidos ainda crianças, no interior das Lages de antigamente.

A benção, vó Elza.

Um comentário:

Paulo Henrique disse...

Não, não há palavras de conforto diante da morte. Mande apenas meu grande abraço ao teu pai - e à toda a família. Ela viveu bastante e bem, ainda que com muitas dificuldades. Mas é assim mesmo. Quando minha avó morreu, na quarta-feira de cinzas deste 2007, também estávamos "esperando" - ainda assim foi doloroso. Nestas horas eu procuro ser poliana: é natural que os mais velhos nos deixem primeiro.
Tudo de bom pra vocês em 2008, meu irmão!
abração
ph