Dois ou três meses atrás, meu pai me disse ao telefone:
- Filho, tua avó tá ruinzinha, fraca, não quer comer nem tomar remédios. Temos que ir nos preparando.
Eu não estava pronto na manhã de sábado, dia 29.
Acho que ninguém se prepara para a morte. É sempre difícil encará-la. Talvez o moribundo, sabendo da iminência da morte, tenha uma certa clareza e encare-a de frente, com serenidade.
Mas a família, ah, essa é outro papo. Por mais que meu pai tivesse, ele mesmo, avisado da fragilidade da velha Elza, tomou um baque quando soubemos que ela havia morrido. Ele, minha mãe, minhas tias.
Um final de ano triste por aqui. Mas com uma certa paz para a minha avó, 89 anos sofridos, com cinco filhos criados e sete perdidos ainda crianças, no interior das Lages de antigamente.
A benção, vó Elza.