20 de outubro de 2009

Adeus

Ontem fez 13 anos do falecimento da minha avó materna. E apenas cinco dias do falecimento do meu sogro. Sofri muito com os dois. Claro que a partida do meu sogro, que era como um pai para mim, dói mais agora, por ser tão recente. Mas sinto falta de ambos.

Eu não sou uma pessoa espiritualizada. Não creio em Deus, em vida após a morte, em redenção eterna, em reencarnação. Para mim, a vida é matéria. E um dia o corpo falha e a gente se vai. Pra sempre, pra não mais voltar.

Apesar do meu ceticismo, também não acredito que a vida da gente se vai pra sempre. Quem tem filhos e netos, como o seu Carvalho e a Vó Maria, deixa um pouco da herança genética, de suas características físicas e de personalidade.

Mas, mais importante, quem teve uma convivência boa com seus amigos e família, deixa lembranças. Boas lembranças. E essas vão durar por algumas gerações. Minha mãe e meu tio lembram de muitas coisas de minha avó. Minhas primas, meu irmão e eu também. Só aí vão duas gerações de lembranças. As memórias do seu Carvalho ainda estão muito vivas. Lembrar dele ainda dói. Mas é a melhor coisa que ele deixa para nós. E é o que eu quero deixar quando me for. Me esforço para isso.

8 de outubro de 2009

No fundo, no fundo…

Desde março deste ano o Puma está em processo de restauração com o Fausto, um pumeiro aqui de Floripa. Ele e o filho, Felipe, estão trabalhando no meu tubarão e uma série de coisinhas surgiram nesse meio tempo. A última é um problema com o fundo, ou assoalho, do carro.

Comprei um assoalho – o par, na verdade, já que é uma peça para o lado do motorista e outra para o carona – de Brasília logo que o carro foi para a oficina do restaurador, que é na casa dele, na Armação, Sul da Ilha. O problema é que faz umas duas semanas ele começou a montar o chassi e notou que o assoalho não servia.

O resumo é que o Puma Tubarão, modelo do meu, usa o assoalho do VW Karmann-Ghia, diferente dos pumas mais novos, que usam o de Brasília cortado. Aí ferrou. Quem diz que eu acho um assoalho de Karmann-Ghia para vender. Procurei por tudo, mas nada de aparecer um original.

Até que o Fausto cruzou com um anúncio de um cara em São Paulo que fez um assoalho para Karmann-Ghia artesanalmente, em chapa de aço preta. Entramos em contato, chegamos a negociar preço e tal, mas depois de ele mandar as fotos do assoalho e eu avaliar, vi que tinha algumas grandes diferenças em relação ao original. Podia complicar para obter placa preta, o “atestado” de originalidade de qualquer carro antigo.

Falei com Fausto e decidi mudar o plano. Vamos tentar recuperar o assoalho original, aproveitando pedaços do assoalho de Brasília novo que eu já tenho. Sábado vou lá na Armação com medidas e planos para acertarmos os detalhes.

Agora, que a fibra está praticamente pronta, começam a pintar esses detalhes complicados. A borracha que não serve, a dobradiça que não está na medida, os parafusos que não batem com a especificação. E por aí vai. Me dói a cabeça só em pensar em fazer um inventário de todos os parafusos para comprar. Claro que vou trocar todos eles. O trabalho para levantar um por um é hercúleo. Mas só assim para o carro ficar novo como eu quero.