Ontem assisti, já com muito atraso, o documentário “A Todo Volume” (It Might Get Loud, 2008, EUA). Dificilmente paro para ver um filme sobre bandas ou para assistir a um show na tevê ou DVD. Sequer tive paciência de ir até o final de “Shine a Light”, o filme de Scorsese sobre os Stones. Mas os primeiros cinco minutos de “It Might Get Loud” me deixaram grudado na tevê por duas horas e meia(contando os extras, que vi de cabo a rabo).
O tema do documentário é simples: guitarras. Para falar sobre esse instrumento, que de certa forma é o mais representativo do rock, o produtor Thomas Tull e o diretor Davis Guggenheim convocaram três guitarristas, de diferentes estilos e épocas: Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (White Stripes e The Raconteurs).
O filme é uma montagem, muito bem feita, de entrevistas individuais com os três e uma sessão conjunta deles sentados frente a frente num galpão, acompanhados de seus instrumentos. Essa última sessão vira uma aula de guitarra. Só parei o filme por um momento: para pegar o amplificador e a minha Gibson SG e ficar dedilhando enquanto assistia. Não resisti a “participar” da brincadeira junto com os três.
Quem gosta de rock ‘n roll, especialmente de guitarras, vai gostar do filme. Não tem como ficar indiferente a sequências como a de Jack White montando uma guitarra seminal com um pedaço de madeira, uma garrafa de coca-cola, dois pregos, uma corda de aço e um captador. Ou a visita de Page a Headley Grange, onde o Led gravou Led Zeppelin IV, Houses of the Holy e Physical Graffiti. Ou, ainda, as sequências que mostram o local de trabalho de The Edge, na sua casa, em Dublin.
É, na minha opinião, um baita filme. Vale muito ver e está disponível nas locadoras – peguei em Blu-Ray, mas acho que deve ter em DVD também. Só que, se você toca, é bom ter o instrumento por perto. Não vai ser possível vencer a tentação de acompanhar Page, White e Edge nos riffs de Wholle Lotta Love.