A coisa que mais me chamou atenção em Beijing foi a poluição. Logo que o avião pousou, achei que fosse neblina, mas depois de recolhermos as malas - a minha com as rodas tortas graças à delicadeza dos carregadores do Hercílio Luz, Schipol ou Beijing - o Tonho e a Sônia nos explicaram que a névoa cinza que cobre toda a cidade é pura poluição. Nos disseram também que o governo está tentando mudar isso, mas é complicado. A energia da China vem quase toda de termelétricas, a maioria a carvão. Ou seja, é poluição pra caramba.
Ainda ontem, quando chegamos, passeamos um pouco numa rua de arte e artesanato no centro da cidade. Foi legal, mas gostei mesmo quando, no final dessa rua para turistas, nos embrenhamos num hutong. O mais próximo disso que temos no Brasil é favela. Mas não é bem isso. São casinhas pequenas, grudadas umas nas outras, com uma cozinha e um banheiro comunitário. Tem uns pequenos comércios, açougue, mercearia, conserto de bicicletas, tudo na comunidade. E vielas, muitas vielas estreitas, onde só passam pedestres, bicicletas e motonetas. O mais interessante é que esse traço da China antiga está a 500 metro de um movimentada avenida, cheia de Starbucks, KFC e shopping centers.
Essa dualidade está em tudo. Tem gente jovem com cabelo pintado, garotas com microssaias, engraçadinhas, caminhando pela cidade, e velhinhos com uniformes da época da revolução cultural. Tudo junto. E funcionando! É impressionante, mas a China funciona. Pode ser meio aos trancos e barrancos, mas funciona. O trânsito é caótico, com os carros disputando espaço entre si, com os pedestres e com as bicicletas. O metrô é uma massa de gente, todo mundo embarca e desembarca sem fazer fila, num empurra-empurra. Mas embarcam e desembarcam.
Hoje nós visitamos o Templo do Lama, muito interessante e bonito. Grandes estátuas de budas, entidades diversas, muita simbologia do budismo tibetano. Uma pena que o Nano não estivesse conosco. Uma pena também que não pude tirar fotos de alguns lugares. Era proibido em muitos locais do templo - que na verdade é um complexo com um monte de templos. Os monges estavam de olho e de vez em quando, ao me ver de câmera na mão diziam: "No photo".
Depois fomos na Cidade Proibida. Como aquilo é grande! Quer dizer, eu sabia que era grande, mas ainda assim, impressiona muito. É algo gigante mesmo. Pode se passar um dia ali, mas nós visitamos numa tarde. Há muitas casas fechadas e tantas outras vazias. O que vale é pela beleza arquitetônica e pela amplitude dos espaços.
E também pela história, claro. Mas isso você tem que descobrir sozinho ou contratar um guia, porque as instruções e orientações em inglês são poucas e incompletas. A Sônia, cunhada da Lu que está tendo a paciência de ser nossa guia aqui, disse que os audioguides são muito ruins e não dizem quase nada a respeito da história e da importância da cidade proibida para a China. Ainda assim, é linda, maravilhosa mesmo. Os telhados são muito legais e a Lu se encantou da fila de animais entalhados que há nos beirais. Quanto mais bichinhos, mais importante o dono da casa. Obviamente na Cidade Proibida, morada do imperador, tem bichinho no telhado que não se acaba mais.
2 comentários:
Nossa, Gian, já deu para fazer tudo isso!? legal, vou acompanhar a viagem de vcs por aqui. E fotos, fotos, fotos... Bjão!
Acho que vocês estão num universo pararelo. O tempo aí passa mais devagar?
Queremos fotos.
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